“O homem da natureza desvenda em todas as coisas o sopro e o impulso eróticos. […] Chega, assim, a uma visão erótica do cosmos. Como esta suscita-lhe o arrepio do sagrado, ele inventará a religião do êxtase criador. Sua concepção fundamental é a de uma primeira noite de núpcias, encontro erótico entre forças cósmicas primordiais, de que teria surgido o universo e tudo que ele contém. O eros é, portanto, a essência de todas as coisas. Uma tal religião é fundamentalmente erótica. Ela é a religião do sexo. Suas divindades do amor são as personificações divinas do princípio de toda geração e de todo parto, figuras simbólicas do ato fecundante. Elas tomam sob sua proteção benévola todos os gestos do amor. É, portanto, lógico honrá-las no próprio ato que é santo a seus olhos, do qual elas são o símbolo personificado e divinizado. O abraço sexual torna-se prece e sacrifício, agir sagrado que renova e prolonga o ato criador original, o mistério da génese do universo”
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